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Francisco de Orleães, príncipe de Joinville


Francisco de Orleães, príncipe de Joinville


Francisco Fernando Filipe Luís Maria (em francês: François Ferdinand Philippe Louis Marie d'Orléans; Neuilly-sur-Seine, 14 de agosto de 1818 — Paris, 16 de junho de 1900), foi um príncipe francês da Casa de Orléans e Príncipe de Joinville. Era filho do rei Luís Filipe I da França e de sua esposa, a princesa Maria Amélia de Nápoles e Sicília. Casou-se com a princesa Francisca do Brasil, filha do imperador Dom Pedro I, de quem recebeu, como dote, as terras onde foi fundada a cidade brasileira de Joinville.

Biografia

Início de Vida

Francisco era o sétimo filho, o terceiro do sexo masculino, do rei Luís Filipe I da França e da rainha Maria Amélia de Bourbon-Nápoles, nascida princesa das Duas Sicílias. Pertencia à Casa de Orléans através de seu pai, um ramo cadete da Casa de Bourbon francesa. Através de sua mãe, a princesa Maria Amélia, Francisco descendia da Casa de Bourbon-Duas Sicílias, um ramo espanhol da Casa de Bourbon. Tanto seu pai quanto sua mãe descendiam do rei Luís XIV da França e do irmão deste, Filipe I, Duque de Orléans.

O pai de Francisco tornou-se rei dos franceses em 1830 após a Revolução de Julho, que resultou na abdicação forçada do rei Carlos X da França. Antes do pai se tornar rei, Francisco detinha apenas o título príncipe de sangue e direito ao estilo de Sua Alteza Sereníssima. A partir de 1830, quando seu pai se torna Rei, Francisco passa a ser Príncipe da França e a utilizar o estilo de Sua Alteza Real. No mesmo ano lhe é conferido o título de Príncipe de Joinville.

Carreira Militar

O príncipe foi educado para os serviços navais e, em 1836, tornou-se tenente da Marinha francesa.

No comando da corveta La Creole ele mostrou grande experiência e ousadia durante a guerra contra o México, atacando as baterias de San Juan d'Ulúa e, dias depois, liderando um destacamento de fuzileiros contra a cidade de Veracruz, fazendo prisioneiro o general mexicano Vista.

Por tal feito, foi condecorado com a cruz da Legião de Honra e promovido a capitão.

Em 1840 foi ao Brasil no comando da fragata La Belle Poule, que levou os restos mortais de Napoleão Bonaparte da Ilha de Santa Helena, no meio do Oceano Atlântico, de volta para a França.

Casamento

Em 1843 esteve novamente no Brasil com sua fragata, para se casar com a princesa D. Francisca de Bragança, filha de Dom Pedro I e de D. Maria Leopoldina de Áustria e irmã de Dom Pedro II. Francisca de Bragança e Habsburgo nascera no Rio de Janeiro em 2 de agosto de 1824 e viria a morrer em Paris em 27 de março de 1898, estando sepultada em Dreux.

O casamento foi efetuado a 1 de maio. Francisca recebeu por dote um milhão de francos, ou 750 contos, e terras devolutas na Província de Santa Catarina, no Sul do Brasil, com 25 léguas quadradas, ou três mil braças, situadas a nordeste da província, à margem esquerda do rio Cachoeira. A região havia sido delimitada dois anos por d. Pedro II para compor o dote da irmã, e por isso recebera o nome de Colônia Dona Francisca. Com a celebração da união, a colônia passou à soberania do príncipe de Joinville, adquirindo assim o nome de Joinville.

No mesmo ano, Francisco foi promovido a contra-almirante e tomou posse como membro do conselho do Almirantado, ativamente buscando a organização da marinha a vapor.

Em 1845 foi nomeado comandante da frota do Mediterrâneo, ficando ao longo da costa africana. Quando de seu mandato, bombardeou Tânger e tomou Mogador, tornando-se, por estes feitos, vice-almirante.

Exílio e Guerra Civil Americana

Depois da Revolução de 1848, o príncipe de Joinville (servindo na Argélia, na ocasião) renunciou às suas funções, seguindo para o exílio, com sua família, na Inglaterra, ficando em Claremont.

Tendo tido todas as suas terras e propriedades na França confiscadas, os príncipes de Joinville decidiram tirar proveito das terras brasileiras pertencentes a Joinville. O casal negociou o uso de 8 léguas quadradas, das 25 léguas que detinham em Santa Catarina, com a Companhia Colonizadora Alemã, do Senador Christian Mathias Schroeder, rico comerciante e donos de alguns navios. Com a chegada da primeira leva de imigrantes em 9 de março de 1851 foi fundada a Joinville brasileira, hoje a maior cidade do Estado de Santa Catarina.

Quando irrompeu a Guerra Civil Americana, o príncipe de Joinville, juntamente com seu filho e dois sobrinhos, foram a Nova Iorque oferecer seus serviços ao presidente Abraham Lincoln.

Após a queda do império na França, na década de 1870, o príncipe de Joinville serviu no exército do Loire sob o pseudônimo americano "Coronel Leitherod", retirando-se da vida pública em 1876, passando para a reserva com a patente de vice-almirante.

Escreveu livros sobre assuntos navais e militares, como "Estudos navais"; "Inglaterra: um estudo do auto-governo"; "A guerra americana: campanha no Potomac" e "Outra palavra sobre Sadowa".

A causa do falecimento do príncipe de Joinville foi pneumonia.

Descendência

  1. Francisca de Orléans, Duquesa de Chartres (14 de agosto de 1844 - 28 de outubro de 1925), casou-se com seu primo Roberto, Duque de Chartres, filho do herdeiro da coroa francesa Fernando Filipe, Duque de Orléans e da princesa Helena de Mecklemburgo-Schwerin, com quem teve cinco filhos;
  2. Pedro de Orléans, Duque de Penthièvre (4 de novembro de 1845 - 17 de julho de 1919), não se casou, mas teve dois filhos ilegítimos com Angélique Lebesgue;
  3. Maria Leopoldina de Orleães (30 de outubro de 1849), morreu poucas horas após o nascimento.

Ancestrais

Referências

Bibliografia

  • Chisholm, Hugh, ed. (1911). "Joinville, François Ferdinand Philippe Louis Marie, Prince de". Encyclopædia Britannica (11th ed.). Cambridge University Press.
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Ligações externas

  • Memórias do Príncipe de Joinville (em inglês), tradução de Lady Mary Loyd, do Projeto Gutenberg

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Luís Filipe II, Duque de Orleães


Luís Filipe II, Duque de Orleães



Luís Filipe José d'Orleães, duque de Orleães (em francês: Louis Philippe Joseph d'Orléans) (Saint-Cloud, 13 de abril de 1747 – Paris, 6 de novembro de 1793), também chamado de "Filipe Igualdade" (Philippe Égalité), devido às sua opções políticas liberais e jacobinas, foi membro da Casa d'Orleães, sendo primo de Luís XVI de França.

Apoiou activamente a Revolução Francesa, mas apesar disso, e de ter votado favoravelmente a execução do seu próprio primo, o rei de França, acabou também por ser condenado à guilhotina e executado durante o Reino do Terror. Foi grão-mestre da Maçonaria francesa (Grande Oriente da França). Após a Revolução de 1830 o seu filho primogénito foi rei da França, reinando sob o nome de Luís Filipe I em uma monarquia constitucional.

Início de vida

Luís Filipe José nasceu a 13 de abril de 1747 no Castelo de Saint Cloud, em Saint-Cloud, nos arredores de Paris, filho de Luís Filipe I, Duque de Orleães e de Luísa Henriqueta de Bourbon. Usou o título de Duque de Montpensier até ao falecimento de seu avô, Luís, em 1752, passando então a usar o título de Duque de Chartres.

Pertencente à alta nobreza, foi educado por preceptores privados, sendo preparado para uma vida de Corte e para uma eventual carreira militar, convivendo de forma muito próxima com os seus primos da família real francesa.

Período Pré-Revolucionário

Em 1769 casou com Luísa Maria Adelaide de Bourbon, Mademoiselle de Penthièvre, filha e única herdeira de Luís João Maria de Bourbon, Duque de Penthièvre. A noiva era a mais rica herdeira do seu tempo. A combinação dos bens de ambos fez com que fosse o mais rico homem do reino, abrindo-lhe a possibilidade de ter um papel político tão relevante quanto o do seu bisavô paterno, Filipe II, Duque d'Orleães, que fora regente durante a menoridade de Luís XV de França, com quem, nas palavras pouco simpáticas de um biógrafo, se assemelhava em carácter e em deboche.

Como Duque de Chartres, opôs-se em 1771 aos planos de René Nicolas Charles Augustin de Maupeou, quando este defendeu com sucesso os interesses reais numa confrontação com o Parlamento de Paris, razão pela qual foi de imediato desterrado para o seu castelo de Villers-Côtterets, no Aisne. Quando em 1774 Luís XVI de França subiu ao trono, Luís Filipe ainda era visto com suspeita aos olhos da corte. Maria Antonieta detestava-o, considerando-o como um homem traiçoeiro, hipócrita e egoísta. Ele retribuía, considerando-a uma mulher desprezível.

Em 1778 serviu no esquadra comandada por Louis Guillouet d'Orvilliers e esteve presente na Primeira Batalha de Ushant, travada a 27 de julho de 1778. Foi pouco depois demitido da Marinha, em parte devido ao ódio da Rainha, em parte devido à sua inépcia e cobardia. Como compensação, foi-lhe dado o posto de coronel-general honorário do regimento de hussardos. Luís Filipe passou então a viver em grande luxo e ostentação, visitando com frequência o Reino Unido, tornando-se amigo íntimo do então Príncipe de Gales, depois o rei Jorge IV. Terá sido ele a cunhar o termo anglomania, como expressão de admiração por tudo o que é britânico. No seu caso, admirava particularmente o regime parlamentar liberal vigente na Grã-Bretanha, acabando por se converter ao liberalismo como corrente política.

Tornou-se muito popular em Paris pelas generosas ofertas que fazia aos pobres em tempos de fome e por ter mandado abrir ao público os seus jardins de Palais Royal. Tendo sucedido a seu pai no título de duque de Orleães no ano de 1787, manifestou com arrojo as suas ideias liberais perante a Assembleia dos Notáveis, levantando a suspeição de que pretenderia tornar-se monarca constitucional da França. Em novembro desse ano voltou a mostrar a sua adesão aos ideais do liberalismo aquando da realização de uma sessão de Lit de justice, levada a cabo por iniciativa de Étienne Charles de Loménie de Brienne no parlamento de Paris. Em resultado dessa intervenção foi novamente desterrado para Villers-Côtterets.

Com a aproximação da convocação dos Estados Gerais do ano de 1789, ele e um círculo de adeptos — o Clube dos Trinta — empenharam-se activamente em fazer distribuir panfletos de apoio à sua eleição. Os panfletos foram escritos por Emmanuel Joseph Sieyès, que se celebrizaria durante os acontecimentos revolucionários subsequentes. Foi eleito pela nobreza de três círculos (Paris, Villers-Côtterets e Crépy-en-Valois). Na câmara da nobreza, encabeçava a minoria liberal liderada por Adrien Duport. Quando se desencadearam os primeiros movimentos revolucionários que levariam à Revolução Francesa, coube-lhe, dada a sua posição social entre a alta nobreza, liderar o grupo de 47 nobres que em Junho de 1789 resolveu juntar-se ao Terceiro Estado na Assembleia Constituinte.

A Revolução

O papel de Luís Filipe durante o verão de 1789 e o seu envolvimento no despoletar do movimento revolucionário que deu origem à Revolução Francesa é ainda hoje um ponto pouco esclarecido. Se por um lado os acontecimentos subsequentes viriam a demonstrar que o seu papel de liderança era pouco consistente com a estrutura do movimento social subjacente à Revolução, por outro a família real e os realistas que a apoiavam acusaram-no de ser a força por detrás dos movimentos populares, atribuindo-lhe o seu financiamento. A família real via por detrás de cada movimento popular o ouro do Orleães, acusando-o de ter inspirado, entre outros acontecimentos, O motim do Reveillon e o levantamento popular que levaria à Queda da Bastilha. Estas acusações eram alimentadas pelo ódio que a rainha Maria Antonieta nutria por ele, pelo seu relacionamento tumultuoso com a Corte e com a família real, o seu indisfarçado apego aos ideais do liberalismo e a sua amizade e proximidade política em relação a Adrien Duport e a Choderlos de Laclos. Na realidade, não é seguro que o seu papel no desencadear dos acontecimentos revolucionário tenha sido tão relevante nem que tenha sido ele o financiador da revolução.

A cortesã escocesa Grace Elliott, que à data dos acontecimentos era uma das amantes de Luís Filipe, afirmou posteriormente que aquando dos motins de 12 de julho de 1789 Luís Filipe estava fora de Paris, participando numa pescaria com amigos, e que foi injustamente tratado pelo rei, que o recebeu com rudeza, quando nos dias imediatos se lhe apresentou para reafirmar a sua lealdade e se colocar à disposição. Na altura Luís XVI tê-lo-à acusado implicitamente de aspirar à Coroa. Nessa ocasião terá tomado a acusação como uma grave e injusta ofensa e manifestado o seu desejo de se exilar para os Estados Unidos. Apenas o facto da condessa de Buffon, uma outra sua amante pela qual na altura estaria fortemente enamorado, se ter recusado a acompanhá-lo terá impedido a partida. Pouco depois foi novamente acusado de ser o instigador da Marcha das Mulheres a Versalhes a 5 de outubro daquele mesmo ano.

O Marquês de La Fayette, aparentemente incomodado com a popularidade de Luís Filipe, persuadiu o Rei a enviá-lo em missão diplomática a Londres, cidade onde ele permaneceu entre outubro de 1789 e julho de 1790. Regressado a Paris, a 7 de julho de 1790 Luís Filipe tomou assento na Assembleia Nacional, a qual dois dias depois se auto-proclamou como Assembleia Constituinte. A 2 de outubro imediato, ele e Honoré de Mirabeau foram considerados por aquela Assembleia como inocentes face às acusações de envolvimento nos acontecimentos de outubro do ano anterior.

Depois destes acontecimentos Luís Filipe tentou manter-se à margem da vida política, distanciando-se dos protagonistas do tempo. Apesar disso mantiveram-se as suspeitas de que estaria interessado na queda da família real, tendo sido assediado pelos liberais para substituir Luís XVI após a malograda fuga da família real, interceptada em Varennes em junho de 1791. Recusou, provando assim a sua falta de aspirações em relação ao trono francês.

Condenação à morte e execução

Prosseguindo uma via conciliatória, em janeiro de 1792 Luís Filipe tentou reconciliar-se com a família real, mas a sua tentativa de aproximação foi rudemente rejeitada. A partir daí consolida-se a rotura, abandonando qualquer interesse em ajudar o rei ou em apoiar a sua Corte.

No Verão de 1792 participou, embora de forma efémera, nas operações do Exército Revolucionário do Norte, uma milícia formada para defender os ideais revolucionários no norte de França. Na ocasião foi acompanhado pelos seus dois filhos, o futuro rei Luís Filipe I e o Duque de Montpensier. Retornou a Paris antes da grande insurreição 10 de agosto daquele ano. Durante o período da Primeira República Francesa assumiu por diversas vezes sérios riscos pessoais para salvar fugitivos, tendo protegido, entre outros, o seu adversário político Louis René Quentin de Richebourg de Champcenetz, o governador das armas das Tulherias.

Depois de aceitar o título de "Cidadão Igualdade" (Citoyen Égalité), que lhe foi conferido pela Comuna de Paris, foi eleito como vigésimo e último deputado por Paris à Convenção Nacional, na qual não teve, contudo, qualquer participação relevante para além do seu voto favorável à sentença de morte proferida contra o seu primo o rei Luís XVI. Esta adesão às regras republicanas não o salvou de suspeitas, agora vindas do sector anti-realista. Em particular, a amizade do seu filho mais velho, o Duque de Chartres, com Charles François Dumouriez foi muito criticada e deu origem à suspeição de que os Orleães estariam a conspirar no sentido de restaurar a Monarquia. Quando se soube que o Duque de Chartres e Dumouriez estavam em Paris, foi ordenada a prisão de todos os Bourbons que tivessem permanecido em França, incluindo Égalité. Aprisionado a 5 de abril de 1793, permaneceu sob custódia até outubro desse ano, altura em que se desencadeou o Reino do Terror. Sendo um dos mais proeminentes prisioneiros, Luís Filipe foi formalmente acusado a 3 de outubro e sujeito a julgamento sumário a 6 de novembro, sendo nesse mesmo dia sentenciado e executado. Terá demonstrado grande coragem quando foi conduzido à guilhotina.

O seu corpo e o de sua cunhada, a Princesa de Lamballe, foram os únicos corpos da realeza francesa assassinada a nunca serem localizados. Apesar de existirem relatos que o corpo de Égalité está enterrado no Cimetière de la Madeleine em Paris.

Casamento e descendência

Casou-se com Luísa Maria Adelaide de Bourbon, em cerimônia realizada no Palácio de Versalhes, em 6 de junho de 1769. O casal teve os seguintes filhos:

  • Filha natimorta (10 de outubro de 1771);
  • Luís Filipe I de França (6 de outubro de 1773 – 26 de agosto de 1850), rei dos Franceses no período compreendido entre a revolução de julho de 1830 e as revoluções que abalaram a Europa em 1848;
  • Antônio Filipe, Duque de Montpensier (3 de julho de 1775 – 18 de maio de 1807), morreu no exílio em Salthill, na Inglaterra;
  • Adelaide de Orleães (23 de agosto de 1777 – 31 de dezembro de 1847), conhecida como "Mademoiselle de Chartres" (1777), "Mademoiselle de Orleães" (1782), depois Mademoiselle (1783-1812) e Madame Adelaide (1830);
  • Francisca de Orleães (23 de agosto de 1777 – 6 de fevereiro de 1782), irmã gêmea de Adelaide, conhecida como "Mademoiselle de Orleães"; morreu na infância;
  • Luís Carlos, Conde de Beaujolais (7 de outubro de 1779 – 30 de maio de 1808), morreu no exílio em Malta.

Ancestrais

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Ver também

  • Duque de Nemours
  • Grace Elliott
  • Maria Stella

Bibliografia



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François Villon


François Villon


François Villon, pseudônimo de François de Montcorbier ou François des Loges (Paris, 1431 — desaparecido em 1463) foi um dos maiores poetas franceses da Idade Média. Ladrão, boêmio e ébrio, é considerado precursor dos poetas malditos do romantismo.

Biografia

As únicas fontes de informação sobre Villon que chegaram até nossos dias são, além de seus próprios escritos, seis documentos administrativos referentes a seus processos (descobertos por Marcel Schwob no fim do século XIX). Deste modo, é preciso separar cuidadosamente os fatos verídicos de sua vida das lendas criadas a seu respeito, muitas vezes favorecidas pelas interpretações que ele mesmo fazia como ator de suas peças.

Nascido no período de ocupação inglesa da França e órfão de pai, é enviado, por razões desconhecidas, para ser criado por Guillaume de Villon, de Saint-Benoît-le-Bétourné, que se tornará mais que um pai para ele e o mandará estudar na Faculdade de Artes de Paris para que ele se tornasse um clérigo. Em 1452, torna-se mestre em artes, em uma época bastante conturbada onde um grande número de diplomados vivia na miséria. Logo começa a ter problemas com a polícia, no fundo causados pela decisão do rei Carlos VII, que resolve suspender os cursos da faculdade entre 1453 e 1454. Villon se desencanta pelos estudos e passa a preferir a aventura. Sobre esse período, ele relata, mais tarde, em seu Testamento:

Mais quoy ! je fuyoië l'escolle
Comme fait le mauvaiz enffant
En escripvant cette parolle
A peu que le cueur ne me fent !

Em 1455, envolve-se numa briga e fere mortalmente o padre Philippe Sermoise. Acredita-se que por uma rivalidade amorosa. Ferido nos lábios, Villon é obrigado a fugir de Paris. Graças ao seu status de pertencer ao clero, a sua ficha limpa anterior e ao perdão que obtém de Sermoise em seu leito de morte, consegue autorização para retornar em 1456. Neste mesmo ano, na noite de Natal, participa de um roubo no colégio de Navarre com alguns conhecidos, furtando um cofre repleto de moedas de ouro.

Antes de fugir, Villon compõe Le Lais, como um presente de adeus a seus amigos, anunciando sua intenção de seguir para Angers, deixando claro que sua fuga teria sido causada por um desespero amoroso. Um de seus amigos, Guy Tabarie, é preso e confessa a participação de Villon no caso do roubo, confirmando ainda a intenção deste em fazer um novo furto. Não há informações a seguir sobre seu paradeiro, mas certamente prosseguiu sua marcha pelo vale do Loire.

Na corte de Carlos de Orleães

É visto novamente em Blois, estando aí provavelmente desde dezembro de 1457, na corte de Carlos, Duque d'Orleães, príncipe-poeta e mais tarde pai de Luís XII de França. No manuscrito onde Carlos registra seus poemas e de sua corte, encontram-se três poemas assinados por Villon (provavelmente escritos ali por ele próprio). O mais longo deles celebra o nascimento Marie d'Orléans em 19 de dezembro de 1457, filhas de Carlos e Marie de Clèves. Esta manuscrito ainda contém a Ballade des contradictions e a Ballade franco-latine, uma sátira de Fredet, o favorito de Carlos. Isso faz com que ele seja acusado de mentiroso e expulso da corte de Blois.

Em outubro/novembro de 1458, Villon tenta em vão retomar o contato com seu antigo mecenas, aproveitando de sua vinda a Vendôme para assistir à condenação por traição de seu genro Jean II d'Alençon. Ele faz com que sejam entregues, a Carlos, a Ballade des proverbes e a Ballade des Menus Propos, mas não é recebido de volta à corte.

O surgimento da lenda

Encontra-se, a seguir, preso por razões obscuras durante o verão de 1461 na prisão de Meung-sur-Loire, onde provavelmente compôs o Épître à ses amis e o Débat du cuer et du corps de Villon. É libertado alguns meses mais tarde durante uma visita de Luís XII em companhia de Carlos de Orleães à cidade e, neste meio tempo, perde sua ligação com o clero. Compõe, então, a Ballade contre les ennemis de la France com o interesse de chamar a atenção do rei sobre este fato, assim como Requeste au prince, a Carlos d'Orléans. Como os dois rejeitam seu pedido, decide voltar para Paris.

Pode ter composto a Ballade du bon conseil neste retorno a Paris, mostrando-se como um delinquente regenerado, e depois a Ballade de Fortune, que exprime sua decepção com o universo parisiense dos letrados, que o rejeita.

Aparentemente, é nesse período de andanças por Paris que ele teria escrito sua obra-prima Le testament (com algumas baladas possivelmente anteriores).

É preso novamente em 2 de novembro de 1462 por um roubo insignificante e processado pelo caso anterior do roubo no colégio. Obtém a liberdade sob condição de reembolsar a sua parte no roubo, 120 libras, uma quantia considerável para a época. Este período de liberdade tem curta duração. No fim do mesmo mês, Villon se envolve em uma briga na qual um notário da igreja que participara do interrogatório de Guy Tabarie é ferido. Ao que parece, seu amigo Robin Dogis teria provocado os homens do clero, enquanto Villon tentava separar a briga. Villon é preso no dia seguinte. Desta vez, ele não pôde escapar da justiça: perde seu estatuto clerical, sofre, na prisão, a tortura da água e é condenado à forca.

Enquanto aguarda, em sua cela, a decisão do parlamento de Paris, diante do qual ele apresenta uma apelação da sentença, escreve o Quatrain e a Ballade des pendus (Balada dos enforcados), poemas que não têm um registro preciso, mas que costumam ser ligados a esse momento dominado pelo medo.

Mas Villon tem sorte: em 5 de janeiro de 1463, a pena é reduzida a 10 anos de banimento da cidade graças, mais uma vez, à acção de seu padrasto. Ele escreve, então, a balada jocosa Question au clerc du guichet e o grandiloquente poema Louange à la cour, seu último texto conhecido. Nesse dia, sai da prisão e, a partir de então, não existem mais traços deixados por ele, restando apenas sua lenda.

Obra

Esta lista costuma ser continuamente colocada em questão, acrescida de alguns poemas que passam a ser considerados de sua autoria e reduzida de outros que deixam de ser. De qualquer modo, esta costuma ser a mais aceita pelos estudiosos da obra de François Villon:

As obras aqui apresentadas seguem a cronologia estipulada por Gert Pinkernell, que parece ser a mais coerente. Algumas não são datadas precisamente e, neste caso, estão colocadas segundo sua última obra datada, mesmo correndo o risco de serem anteriores. Os títulos constam da edição da Livre de Poche Poésies Complètes, editada e comentada por Claude Thiry.

  • Ballade des contre vérités (1455 ?–1456 ?, Paris)
  • Le Lais (1457, Paris)
  • Épître à Marie d'Orléans (começo de 1458, Blois)
  • Double ballade (começo de 1458, Blois)
  • Ballade des contradictions (começo de 1458, Blois)
  • Ballade franco-latine (começo de 1458, Blois)
  • Ballade des proverbes (outubro-novembro de 1458, Vendôme)
  • Ballade des menus propos (outubro-novembro de 1458, Vendôme)
  • Épître à ses amis (verão de 1461, Meung-sur-Loire)
  • Débat du cuer et du corps de Villon (verão de 1461, Meung-sur-Loire)
  • Ballade contre les ennemis de la France (final de 1461, Meung-sur-Loire)
  • Requeste au prince (final de 1461, Meung-sur-Loire)
  • Le Testament (1461). Incluindo:
    • Ballade des dames du temps jadis
    • Ballade des seigneurs du temps jadis
    • Ballade en vieux langage françois
    • Les regrets de la belle Heaulmiere
    • Ballade de la Belle Heaulmière aux filles de joie
    • Double ballade sur le mesme propos
    • Ballade pour prier Nostre Dame
    • Ballade à s'amie
    • Lay ou rondeau
    • Ballade pour Jean Cotart
    • Ballade pour Robert d'Estouteville
    • Ballade des langues ennuieuses
    • Les Contredits de Franc Gontier
    • Ballade des femmes de Paris
    • Ballade de la Grosse Margot
    • Belle leçon aux enfants perdus
    • Ballade de bonne doctrine
    • Rondeau ou bergeronnette
    • Épitaphe
    • Rondeau
    • Ballade de conclusion
    • Ballade de bon conseil (1462, Paris)
    • Ballade de Fortune (1462, Paris)
    • Ballades en jargon (1462, Paris)
    • Ballade des pendus (final de 1462, Paris)
    • Quatrain (final de 1462, Paris)
    • Louanges à la cour (janeiro de 1463, Paris)
    • Question au clerc du guichet (janeiro de 1463, Paris)

Bibliografia

  • Weiss, Martin, Polysémie et jeux de mots chez François Villon. Une analyse linguistique. Univ. de Vienne, Autriche, 2014 (e-book).

Ligações externas

  • Balada das coisas desimportantes, de François Villon


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